quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Uma falta de tacto que vai custar milhões

Foto: dn.pt
A guerra das colas entre a Pepsi e a Coca-Cola já teve vários episódios picantes, mas ontem a marca sediada em Purchase, Nova Iorque, ultrapassou todos os limites do razoável, antes do Suécia-Portugal, que acabou por qualificar a seleção portuguesa para o Mundial2014, no Brasil.
A Pepsi, que tem Lionel Messi como um dos seus rostos publicitários desde 2010, tomou partido da pior maneira, na página no facebook da sua filial sueca, com a frase "Vamos passar por cima de Portugal" e várias imagens de um boneco voodoo equipado com as cores das 'quinas' e o número sete de Cristiano Ronaldo, que em 2008 foi imagem de uma campanha mundial da rival de Atlanta, Geórgia.
A filial portuguesa ainda apresentou um pedido de desculpas, mas o mal estava feito: os 'marketeers' da Pepsi sueca fizeram mal as contas e não previram o vendaval de reações negativas que imediatamente se propagou nas redes sociais; não perceberam que a luta entre duas marcas não pode ultrapassar os limites da ofensa a um povo ou a um ídolo mundial.
Os 'posts' de quem não hesitou em garantir que nunca mais beberia Pepsi multiplicaram-se, alguns acompanhados por imagens que ridicularizam a marca, e ao fim da tarde de hoje a página "Nunca mais vou beber Pepsi", entretanto criada no facebook em resposta à campanha voodoo, já tinha ultrapassado os 55.000 gostos em cerca de 24 horas.
A página "Nunca mais vou tomar Coca-Cola", hoje criada, tinha 23 gostos às 18:00 e a "Nunca mais vou tomar Coca-Cola #" somou 76 desde 17 de setembro. No entanto, nenhuma destas páginas é apresentada como sendo em defesa da Pepsi.
No seu site oficial, a Pepsico gaba-se de utilizar "práticas de publicidade responsáveis", mas a da filial sueca foi tudo menos isso: falhou na avaliação do poder das redes sociais e da globalização mediática; deu um tiro que saiu com estrondo pela culatra; causou danos à imagem da multinacional difíceis de reparar em curto prazo e muitos, muitos milhões de receitas a menos nos próximos meses.
É que Cristiano Ronaldo é um dos desportistas mais idolatrados em todo o Mundo, não se limita a ser um herói para os portugueses, e certamente que a Pepsico não conseguirá repetir os mais de 65.000 milhões de dólares (quase 48.400 milhões de euros) em receitas líquidas que obteve em 2012 se, de entre os amantes do futebol, passar a contar apenas com os adeptos de Messi.

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