Foto: uefa.org |
"O melhor do Mundo é Messi, o segundo melhor é Messi lesionado", disse na quinta-feira o antigo avançado da seleção alvi-celeste à rádio RAC 1, contribuindo ainda mais para a polémica em torno da atribuição da Bola de Ouro, cujo prazo para votação terminava no dia seguinte.
Quando se fala em premiar o melhor jogador do Mundo, parece-me que há três coisas que são muito claras: em primeiro lugar, por muito que outros jogadores se tenham destacado durante o ano civil, o prémio só pode ir para Cristiano Ronaldo ou Lionel Messi, tal a diferença entre os dois e os restantes; depois, por serem tão diferentes, é praticamente impossível dizer qual dos dois é melhor, podemos apenas gostar mais do estilo de um ou do outro; finalmente, dizer que Messi lesionado é o "segundo melhor" jogador do Mundo é, no mínimo, aniquilar o prestígio que ainda tem o prémio da FIFA e da France Football, ganho pelo argentino nos últimos quatro anos.
Não sei se o desempenho na primeira metade do ano civil vai chegar a Messi para levantar o quinto troféu consecutivo, uma vez que desde agosto tem-se visto pouco do jogador do FC Barcelona, devido a sucessivas lesões. E, ao contrário do que diz Valdano, um Messi lesionado fica muito longe de um potencial vencedor da Bola de Ouro.
Também não sei se uma estrondosa segunda metade do ano civil vai chegar a Ronaldo para repetir o triunfo de 2008, porque nos primeiros seis meses não esteve exatamente ao mesmo nível e porque o Real Madrid não conquistou qualquer troféu em 2012 - coisa que devia ser importante para a eleição do melhor treinador do Mundo, mas não do melhor jogador... Aliás, a FIFA diz que o critério para a votação deve centrar-se no "desempenho desportivo e no comportamento dentro e fora do relvado" entre 1 de janeiro e a data da votação, nunca fala na conquista de títulos.
A época de sonho do Bayern de Munique lançou na corrida o nome de Franck Ribéry. Mas será que a candidatura do francês teria tantos defensores se Messi não estivesse lesionado? Realmente, o francês ganhou tudo o que havia para ganhar a nível de clubes, mas isso não devia contar e, se contasse, por que não votar em Arjen Robben, o homem do Bayern que decidiu nos grandes momentos?
Além do mais, Ribéry joga numa posição muito semelhante à de Cristiano Ronaldo e, tendo em conta a influência de cada um na equipa ou os respetivos números, o francês não tem qualquer hipótese na comparação. Ou, antes, não teria, não fossem tão insondáveis os desígnios dos 510 votantes: o selecionador nacional, o capitão da seleção e um jornalista de cada um dos 170 países filiados na FIFA.
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