foto: elmundo.es |
No entanto, será que a luta particular entre Cristiano Ronaldo e Zlatan Ibrahimovic vai ser determinante na decisão do embate entre Portugal e a Suécia no 'play-off' de apuramento para o Mundial2014, com jogos na sexta-feira no Estádio da Luz, em Lisboa, e na terça-feira seguinte no Friends Arena, em Solna?
Tanto um como outro são jogadores que decidem (muitos) jogos, mas neste tipo de encontros, em que arriscar em excesso pode significar a ausência de um Campeonato do Mundo, o mais provável é que nenhum disponha dos espaços de que precisa para criar desequilíbrios.
Pelo menos na Luz, nem Paulo Bento nem Erik Hamren vão jogar abertamente ao ataque, devendo, antes, preocupar-se em fechar a cadeado todos os acessos à baliza da sua equipa, de modo a evitar sofrer golos, pelo que a 'chave' deverá estar na luta a meio-campo.
Por jogar em casa, é muito provável que Portugal assuma a iniciativa, mas o mais certo é vermos uma equipa das 'quinas' paciente e com a preocupação de circular a bola junto ao relvado, à espera de encontrar brechas no enorme muro defensivo nórdico.
É natural que a Suécia se preocupe em fechar bem as faixas laterais, por forma a empurrar Cristiano Ronaldo e Nani para o centro do terreno, onde espera que o maior poder físico dos seus jogadores se imponha, de modo a conseguir transições atacantes rápidas.
Por isso, como já admitiu, Paulo Bento convocou pela primeira vez o médio do Sporting William Carvalho, um jogador com 1,87 metros que pode somar centímetros aos 1,71 metros do indiscutível João Moutinho, que ao lado costuma ter dois homens com 'apenas' 1,80, Miguel Veloso e Raul Meireles.
Os oito médios convocados por Erik Hamren para os jogos com Portugal têm uma média de alturas de 1,815 metros, mas a estatura em campo deve ser superior, tendo em conta que será uma surpresa se não forem chamados à ação os 1,84 de Rasmus Elm e os 1,86 de Pontus Wernbloon.
Isto é, no primeiro jogo, tanto Portugal como a Suécia devem jogar essencialmente no erro do adversário - para os portugueses é importante ganhar sem sofrer golos, enquanto os suecos pretendem um resultado que transfira a decisão da eliminatória para Solna.
Só que, se há jogadores capazes de fazer estilhaçar qualquer estratégia, eles são precisamente Cristiano Ronaldo e Zlatan Ibrahimovic. O jogo mais 'encaixado' pode ser resolvido pelo português com uma arrancada imparável desde o meio-campo, um cabeceamento na estratosfera ou um 'tomahawk' disparado de bola parada; ou pelo sueco numa das jogadas pensadas 'out of the box', como aquela em que surpreendeu a Inglaterra e o Mundo com um pontapé de bicicleta a quase 40 metros da baliza.
"O primeiro jogo é em casa, temos de jogar bem e ganhar. A Suécia é fisicamente forte, não só nas bolas paradas, mas também na forma como tenta aproveitar o talento e o físico dos jogadores do ataque", disse o selecionador de Portugal ao site da UEFA.
Mas, se e quando ganharem vantagem, é bom que os portugueses não se esqueçam de que estes suecos nunca desistem: em 16 de outubro de 2012, em Berlim, a Suécia perdia por 4-0 com a Alemanha a 28 minutos do fim e acabou por empatar 4-4 com a equipa que repartiu com Portugal o terceiro lugar do Euro2012, a qual perdeu assim os primeiros pontos no Grupo C europeu de apuramento para o Brasil2014.
Houve um português que assistiu à recuperação nórdica em pleno relvado, Pedro Proença. Na Luz vão estar cerca de 65.000 compatriotas do árbitro que apitou as finais do Euro2012 e da última Liga dos Campeões a torcer para não verem repetida a história passada há precisamente 13 meses no Estádio Olímpico de Berlim.
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