Foto: tvi24.iol.pt |
Nas últimas horas foi noticiado, sem indicação de qualquer fonte, que após o jogo em que o FC Porto perdeu por 1-0 com a Académica, em Coimbra, resultado que lhe valeu a queda do primeiro para o terceiro lugar da Liga de futebol, Paulo Fonseca colocou o lugar à disposição da SAD do FC Porto, mas a administração liderada por Pinto da Costa reiterou a confiança no treinador.
Portanto, segundo as notícias, Paulo Fonseca não se demitiu. Ou seja, a ser verdade que "colocou o lugar à disposição", na prática o que quis dizer foi: "Continuo a acreditar que consigo fazer o trabalho, mas as coisas estão a correr mal e, por isso, deixo a decisão quanto ao meu futuro nas vossas mãos".
Caso se tivesse demitido, Paulo Fonseca deixava o cargo por iniciativa própria, portanto sem direito a indemnização. Mas, segundo as notícias, não foi de um pedido de demissão que se tratou, foi de uma colocação do lugar "à disposição", o que consiste em deixar a decisão na órbita do patrão e, no limite, eventualmente sem direito a qualquer compensação em caso de saída.
Ora, a ser assim, reiterar a confiança no treinador significa que a administração disse "eu não te despeço".
Se o histórico de 31 anos de Pinto da Costa na presidência dos 'dragões' não apresentará muitos casos em que o treinador tenha colocado o lugar à disposição, muito poucas são também as vezes em que o clube despediu o treinador: apenas cinco - Quinito, Tomislav Ivic, Octávio Machado, Luigi del Neri e Victor Fernández, os dois últimos na mesma época de 2004/05, na ressaca do sucesso europeu com José Mourinho.
Ao contrário do que tem sido a tradição nos rivais lisboetas, Pinto da Costa tem por norma segurar o treinador que escolhe até às últimas consequências e Paulo Fonseca já o deve saber bem.
Por isso, a colocação do lugar à disposição pode significar um pedido de ajuda: "Eu consigo, mas preciso que resolvam alguns problemas que estão para além da minha capacidade de decisão". Sejam eles o reforço da equipa em janeiro, ou a definição da situação contratual de alguns jogadores, uns cujo vínculo termina no final da época, outros que têm mercado e estarão com vontade de sair.
Mas também pode significar outras duas coisas: um pedido à administração para lhe manifestar apoio de forma explícita, ou uma tentativa de reforço da sua posição pelo menos até ao fim da época. Neste caso, a mensagem seria qualquer coisa do género: "Ou saio agora como o clube quiser, ou não volto a colocar o lugar à disposição".
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